sábado, 27 de março de 2021

A doença da perfeição

 



O tempo todo buscamos nos adaptar a algum molde pré-definido, a alguma forma.

Negamos nossa própria individualidade quando nos forçamos a ser o que não somos.

Quando nos forçamos a nos tornar o que esperam de nós.

E quem será esse ser que espera?

Será que de fato há o outro?

Será que a expectativa do outro é de fato do modo que julgamos?

Baseados no que talvez nem exista, nos martirizamos a caber num espaço que não foi desenhado para nós. Nos martirizamos a seguir um padrão que não ressoa com quem nós somos.

Se tivessem ensinado a essa árvore que copa fica no céu e não toca a terra, não teríamos a oportunidade de ver algo inusitadamente incrível.

Ah o incrível…

O incrível fica ao lado do imprevisível, caminhando logo ali do lado da criatividade. Não há margens ao redor deles.

Não há margens.

Meu Deus!!!

O passarinho acorda todos os dias de manhã, e vive sua vida em plenitude. Entregue e confiante de que haverá água e alimento. Não se preocupa… ele confia. E entre uma coisa e a outra ele simplesmente é ele passarinho pela vida.

Talvez ele seja um passarinho que goste de voar baixo, talvez voe alto. Talvez ele goste de tomar sol, talvez goste do vento… quem sabe goste de chuva.

Não há roteiro para o passarinho.

Não há medo de ser julgado um passarinho ruim.

Não há medo de ser condenado inábil ao voo.

Não há medo de ousar.

Não há medo de abrir as asas e planar… de se entregar ao vento…

Entre uma coisa e outra ele simplesmente é.

Ai de mim, ai de você, que achamos que o passarinho deve fazer isso ou aquilo. Que deve comer isso e aquilo.

Enquanto criamos gaiolas para a liberdade em nossa mente, o passarinho simplesmente É.

E você?

O que é ser você?

Como é ser você?

Quem é você?

Será que há uma gaiola mental que te limita?

Será que há margens no seu caminho?

Será que você se deixa definir por adjetivos?

Onde está você?


Gratidão


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