domingo, 30 de setembro de 2018

Os caminhos para a Redenção




       Eu adorava ler romances espíritas quando eu era criança. Eles participaram da minha formação e influenciaram até sobre a decisão da minha profissão. Eu tinha uma afinidade especial pelos do Espírito Antônio Carlos. E nos seus primeiros livros, o personagem principal tinha sempre a última encarnação descrita como médico. E adivinhem? Era essa a encarnação da redenção, onde todas as feridas abertas anteriormente eram cicatrizadas.
      Como eu acalentava o desejo secreto de que essa fosse minha última encarnação na Terra, ela precisava ser impecável e esses romances me indicaram um caminho para minha própria redenção. 
       Vejam, a influencia dessa literatura nessa escolha foi tamanha, que eu não quis nem participar da minha formatura. E eu sei que isso fica até engraçado hoje, mas havia um dos personagens de um dos livros que cometeu vários desvios no dia de sua formatura. E para a “encarnação da redenção” isso não era permitido. Uma pausa para um acolhimento amoroso em mim mesma agora. 
       Quanto dever, não? Quanta rigidez... 
     Precisaram acontecer vários eventos em minha vida para que eu me quebrasse, para que eu pudesse me reorganizar, me reconstruir, livre de tantos rótulos e de tantos deveres. 
     Esse momento da nossa dor. Momento em que questionamos o porquê de tudo aquilo ter acontecido, momento em que nos sentimos abandonados e dentro de um buraco. Esse momento é precioso. 
        Eu sei que agora você não consegue ver assim. Eu também não conseguia. 
       É tanto plástico bolha ao redor do coração, que todos os acontecimentos que nossa Alma busca para a retirada dele, acabam por ser dolorosos. Principalmente se trazemos a rigidez como desafio. E apegados ao plástico bolha, sentimos o vazio.
        Esse momento é precioso.
     Vazios daquilo que realmente não importa, agora prontos para acessar a Fonte das virtudes imperecíveis. O tesouro que não é roubado. 
        Que venha a reconstrução.
      E a orientação não virá de fora meu querido companheiro de jornada. Virá do seu próprio   coração.
        Honre a porção da Divindade que É você. 
     Você não é seu CPF, sua cor de pele, seus órgãos sexuais, sua profissão, seus papéis na  sociedade.  Tudo isso é passageiro em você. 
       O que você É, isto está em seu coração. 
       Eu garanto que o que você encontrará lá dentro está cheio de Luz e Amor. E essa é sua Essência. Isso é o que Somos. 
     Não precisamos nos esforçar para sermos bons, amorosos, justos e fraternos. Só precisamos acessar isso que É dentro de nós.
       Seu coração sabe o porquê de cada coisa que acontece na sua vida. E você nunca esteve sozinho, isso foi parte da ilusão do Plástico Bolha.
         Como ouvi-lo?
     Depois de ler este paragrafo hehehe, feche seus olhos, tome três respirações profundas e intencione. Intencione entrar na Sede de sua alma, e deixe sua mão sobre seu peito. Permaneça nessa conexão alguns minutos e sinta, apenas sinta. Sem julgamentos.
        Essa ferramenta vai ajuda-lo a se aproximar de você mesmo.
        Às vezes, o “eu” rígido que vesti por um tempo aqui nessa vida, sobre o qual falei lá em cima no texto, volta em mim. E recentemente, eu o peguei sorrateiramente agindo na minha vida financeira.
Eu estava pensando nos possíveis bloqueios da minha prosperidade e fiz a meditação da Sede da Alma depois. E a resposta veio... eu percebi que aquele “eu” velho conhecido influenciava na questão “precisa sofrer,precisa pagar” para alcançar a redenção.
      Logo em seguida, meu Coração falou. E foi uma voz cheia de uma energia amorosa e acolhedora: “se você deseja ainda trabalhar a questão de redenção, que tal escolher uma eternidade de serviço no Amor para alcançar a sua redenção”.
       E eu me permiti sorrir alegremente com essa afirmação. Sim. O simples Ser quem Eu Sou será a minha redenção. Servir com amor, derramar a Fonte preciosa que há em meu coração. Isso que dá tanto prazer e alegria em manifestar, isso é a minha redenção.
       E esse poder e essa escolha são seus também.
       Vamos acolher amorosamente todas as nossas partes. Todos os “Eus” que fizeram as escolhas que foram possíveis, dentro do nível de conexão com a Fonte que havia naquele momento. Acolhermos, aceitarmos e integra-los. 
       Tudo fica mais leve assim.
       Namastê, amados companheiros de jornada.